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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

TOP 5 - Tragédias no Ano Novo

Quebrando paradigmas o Delícias Geladas traz um inusitado TOP 5 de tragédias ocorridas durante as celebrações de ano novo ao longo dos tempos.Confira e dê sua opinião.

5) 2000-2001 Comemoração Quente

Cerca de 50 pessoas ficaram feridas e um turista morreu na praia de Copacabana no réveillon de 2000 após serem atingidos pelos fogos enquanto assistiam ao espetáculo na praia.
Depois do acidente as baterias de fogos do réveillon carioca passaram a ser montadas em balsas à 300 metros da costa. Os feridos jamais foram indenizados.

4) 1985-1986 Um Baseado para Comemorar


Em 31/12/1985 o músico instrumentista, compositor e ator americano Rick Nelson, sua noiva, Helen Blair, e cinco membros do Stone Canyon Band morreram em um acidente de avião no Texas. O acidente teria sido causado após uma tentativa mal sucedida de Rick de acender um freebase (cigarro de maconha e cocaína), enquanto pilotava a aeronave. Rick tinha 45 anos de idade e iniciava uma turnê que levaria seus grandes sucessos à Inglaterra.

3) 2008-2009 Adeus Santika


Um incêndio na badalada discoteca “Santika” em Bangcoc na Tailândia matou 59 pessoas e deixou cerca de 200 feridos no réveillon de 2008.
O fogo teria começado em um painel eletrônico que marcava a chegada de 2009 e se espalhou rapidamente pelo forro do prédio. A celebração marcava não só a chegada do ano novo, mas também a despedida do clube que mudaria para outras instalações. Nas paredes do clube cartazes promocionais diziam “Adeus Santika”.

2) 1988-1989 O Réveillon dos Afogados


No réveillon de 1988 o barco Bateau Mouche IV naufragou na baía de Guanabara na orla da Praia de Copacabana vitimando 55 pessoas, entre elas a atriz Yara Amaral. Embora o limite de embarque fosse de 97 passageiros, cerca de 150 pessoas estavam à bordo. Acredita-se que a embarcação estava em mal estado de conservação, além do mais, por volta das 22h30min alguns tripulantes notaram uma inundação no convés causada por uma grande quantidade de agua que saia dos vasos sanitários.
Por volta das 23h50min o Bateau Mouche foi atingido por uma onda, virou de ponta cabeça e afundou em aproximadamente 10 segundos.
Até os dias atuais não foram apontados culpados.

1) 1918-1919 O Mergulho da Águia


No dia 31 de dezembro de 1918 o navio Iolaire (águia em Gaélico Irlandês) que deixou o porto de Kyle em Localsh na principal ilha do arquipélago escocês rumo a ilha de Lewis transportando aproximadamente 300 homens que haviam combatido na 1° guerra mundial
naufragou após se chocar contra as rochas à uma milha de distância do porto de Stornoway.
O naufrágio do HMY Iolaire é considerado um dos mais trágicos desastres marítimos do Reino Unido e estima-se que tenha causado a morte de 205 pessoas, entre elas 105 irlandeses. Apenas 75 homens sobreviveram.

Feliz Ano Novo e Boa Sorte a Todos!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Wicked World: A Psycho Therapy

Wicked World é o título do curta metragem que produzi com meus colegas do curso de Letras em setembro de 2009. O curta é uma adaptação da obra "Jane Eyre" de autoria da romancista inglesa Charlotte Brontë e surgiu a partir de um trabalho de inglês. Após uma leitura do livro adaptamos um roteiro simples capaz de reunir os principais acontecimentos do romance em aproximadamente 10 minutos de gravação. O curta gira em torno das revelações de "Jane Eyre" a um psiquiatra misterioso e trabalha a idéia de alternância entre realidade e lembranças. O objetivo da produção não é recontar a estória, mas sim retratar os sentimentos da protagonista.

Wicked World: A Psycho Therapy - Coruja Filmes 2009
Idioma: Inglês
Adaptação: Cristiano Matos
Roteiro: Cristiano Matos
Tradução: Ingrid Santos
Direção: Cristiano Matos e Ingrid Santos
Câmeras: Cristiano Matos e Renato Alves
Música: Bruno Mattos
Edição: Cristiano Matos

Elenco:
Jane Eyre - Taluama Xavier
Psiquiatra (St. John) - Renato Alves (Bruno Mattos)
Bertha Manson - Ingrid Santos
Mrs. Reed - Mariana Vieira
Edward Rochester - Cristiano Matos

domingo, 27 de dezembro de 2009

Tarsila e a morte após a morte.

Em outubro passado fui com meu amigo Fábio ao cemitério da consolação. A visita não foi planejada, na verdade ocorreu por casualidade, especialmente pelo fato de trabalharmos em uma empresa adjacente ao cemitério e termos uma sobra de tempo ocioso. Há muito tempo conhecíamos a fama do cemitério da consolação, uma vez que além de ser o mais antigo cemitério da cidade de São Paulo, é também o local onde estão sepultados grandes nomes da política e das artes, além de ser uma grande referência em arte tumular.
O fato de não termos agendado nossa visita implicou no fato de não termos um guia, mas em compensação conseguimos um panfleto com um mapa detalhado que indicava a localização dos túmulos e das obras de arte mais famosas. Saímos então à caçada dos túmulos de Monteiro Lobato, Mário e Oswald de Andrade, Paulo Machado de Carvalho, Tarsila do Amaral entre outros.

A princípio esperávamos que os túmulos das grandes personalidades fossem suntuosos, daqueles que se destacam entre os demais, entretanto o que tivemos foi um misto de decepção e melancolia ao nos deparamos com sepulturas(salvo as exceções)tão simples e deterioradas que passariam despercebidas por qualquer pessoa que estivesse apenas de passagem.
Túmulos de grandes nomes da literatura brasileira, como Mário e Oswald de Andrade por exemplo, sequer ostentavam referências das obras dos artistas em suas superfícies de mármore marrom de gosto duvidoso, porém o túmulo que mais nos chamou a atenção pelo descaso foi o de outro grande nome do movimento modernista, o de Tarsila do Amaral.
Seu túmulo é tão discreto que só conseguimos encontrá-lo com o auxílio de um dos funcionários responsáveis pela manutenção do cemitério. O homenzinho magro com aspecto de cansado percebeu nossa frustração, sentou-se em uma cova, acendeu um cigarro e começou a falar sobre coisas que o guia do cemitério jamais falaria aos visitantes formais.
Com tom de saudosismo o homem relembrou as glórias da necrópole e lamentou o fato de atualmente o cemitério passar por uma fase decadente. Embora muitas sepulturas sejam tombadas como patrimônio histórico, não é destinado a elas qualquer tipo de auxílio para que se possa realizar as manutenções necessárias. Atualmente o cemitério é dividido em duas alas, sendo uma mantida pela iniciativa privada e outra pelo governo. O lado privatizado possui alamedas bem calçadas, túmulos limpos e fartura de flores, enquanto o lado público, onde estão sepultadas as celebridades sofre com a deterioração pelo tempo e com o vandalismo, configurado principalmente pelos furtos e pichações.
Outra realidade lamentável no Cemitério da Consolação é o descaso dos próprios familiares para com os seus mortos. Fomos informados pelo funcionário do cemitério que o túmulo de Tarsila foi abandonado por sua família e hoje em dia estaria em um estado deplorável não fossem os esforços dos funcionário encarregados pela manutenção do cemitério que realizam limpezas constantes e da iniciativa de um admirador da artista que bancou uma discreta reforma há alguns anos.
Vale lembrar que ainda hoje a obra de Tarsila figura em livros didáticos, manuais de consulta e revistas, além de estar presente em importantes museus e galerias de arte ao redor do mundo. Tamanha importância artística e histórica fazem com que cada quadro de Tarsila seja detentor de um grande valor venal, atraindo a atenção de colecionadores e ladrões de arte, haja visto o incidente ocorrido em maio de 2009 quando a obra “ Figura em azul” da artista e outros dois quadros de Cândido Portinari foram roubados da mansão da família Maksoud, nos Jardins, em São Paulo.“Figura em azul” tem o valor estimado de R$ 2 milhões, o “suficiente” para cobrir os custos de manutenção do túmulo da artista.


Ao lado uma foto do túmulo de Tarsila do Amaral tirada no ano de 2006, após a reforma bancada por um fã da artista. Na ocasião da minha visita em outubro de 2009 me deparei com o túmulo sujo e sem o vaso mostrado na fotografia.


O quadro "Operários" de Tarsila do Amaral exposto em Madri (créditos, Kote Rodrigo - EFE)


Faça uma visita monitorada ao Cemitério da Consolação

Conheça um pouco mais da vida e da obra de Tarsila do Amaral

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Vick e Melissa


Melissa falsificou uma identidade, entrou em uma casa noturna, bebeu algumas dozes , caminhou até um sofá vazio, cruzou as pernas, acendeu um cigarro, começou a observar as coisas em volta: um casal se amassando no sofá ao lado, um cara sentado no chão quadriculado com a cabeça entre os joelhos ( provavelmente bêbado) , viu as pessoas que dançavam na pista, pensou em levantar e dançar também mas desistiu, inclinou a cabeça para traz e soprou a fumaça para cima, baixou a cabeça novamente e viu a figura de uma mulher de cabelo vermelho artificial que se aproximava.
- Pode sentar?
-Claro.
-Ta esperando alguém?
-Não... to sozinha.
-Eu também. Como você se chama?
-Victoria, mas me chame de Vick. E você, como se chama?
-Melissa.
-Ta a fim de tomar alguma coisa?
-To sim.
Passaram a noite inteira bebendo juntas, sentadas no sofá dando risada. Conversaram como amigas de infância, perderam completamente a noção do tempo.
-Ta na hora mocinhas, estamos fechando.Disse o segurança.
Levantaram protestando contra o segurança, pagaram as comandas e saíram escorregando de salto alto pelo chão ensebado de terra e cerveja. Como ainda julgavam cedo demais para ir embora, foram até um hipermercado 24hs compraram uma garrafa de Whisky e sentaram a beber no estacionamento vazio, depois chutaram algumas lixeiras e deram risadas estridentes, vomitaram nas calçadas, escadas e praças da cidade respingando vômito nas pontas dos cabelos.
Depois de alguns minutos andando (agora sem sapatos) chegaram até uma ponte que cruzava um grande rio fedorento, então se debruçaram na mureta e começaram a observar o reflexo das luzes na água.
-Sabe nadar?
-Claro. Mas qualé que é Vick, tu ta pensando em mergulhar aí?
-Qual é o problema?
-A gente pode morrer.
-Eu sei. Mas o quê mas a gente poderia fazer?
-Não sei.
-Essa noite já era.
-Tem razão.
Nunca mais foram vistas.

O Maníaco da Seringa



A multidão caminha apressadamente rumo ao trabalho, os rostos se encaram ,mas não se enxergam, os corpos se tocam mas não se sentem. Um homem se camufla entre o povo, ele sabe que está invisível, ele anda pelo calçadão, entra no metrô, passa pelas escadas rolantes, vai ao shopping, ao cinema e continua invisível, mas ele não se importa.
Agora o homem caminha pelo parque, ele observa os namorados, os esportistas e as crianças no playground, seu rosto não denota expressão , mas sua mente funciona em ritmo acelerado alveijando-o com flashes de memórias que ele gostaria de esquecer, fazendo-o transpirar por todo o corpo, seu coração bombeia o sangue envenenado pelas veias salientes.Ele enfia a mão no bolso do casaco,lá está uma seringa com sangue sujo, é o seu sangue, e ele quer compartilha-lo com o mundo.
O homem sorri disfarçadamente enquanto segura a seringa dentro do bolso, andando entre as pessoas ele é apenas mais uma gota no oceano, uma dose homeopática de crueldade.Ele se aproxima de uma pessoa qualquer.
-É só uma picadinha - sussurra para si mesmo.
Pronto. O trabalho está feito, o jogo começou, ele escolhe os jogadores e os campos de batalha, está em cena o Maníaco da Seringa trazendo consigo o beijo frio e macabro da morte, passando pelas calçadas, metrôs, escadas rolantes, shopping centers e cinemas, nas filas, nos elevadores, entre as crianças, ao seu lado...